terça-feira, 7 de maio de 2024

Litteris Editora lança o livro “TEMPOS MODERNOS”, de Carlos Eduardo Drummond, que esmiúça a polêmica história do Palácio Monroe

 

Sessão de autógrafos acontece na quinta-feira, dia 9, das 18 às 21h, no Auditório da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia


Sobre em “TEMPOS MODERNOS – O Rio metrópole, a Exposição de 1922 e a incrível história do Palácio que desapareceu durante a Ditadura Militar”, o historiador João Daniel Almeida comenta no texto de apresentação que “o protagonista é o Palácio, e sua trajetória é esmiuçada deliciosamente desde muito antes de sua construção, quando ainda era uma ideia. Uma ideia de modernidade neta das Exposições Universais”. E completa dizendo: “Carlos Eduardo Drummond reconstrói a história das Exposições Universais — cada uma delas — desde 1851, em Londres, até 1922, no Rio de Janeiro. Isso tudo sem deixar de lembrar que, concomitantes às exposições, ocorriam até olimpíadas”. Em 12 capítulos (mais um Prólogo e um Epílogo), o livro percorre um arco de tempo partindo da aquisição do território da Louisiana — comprado pelos EUA da França, em 1803 — e vai até a polêmica demolição do Palácio Monroe, em 1976, lançando luz em muitos eventos históricos entre uma ponta e outra, no Brasil e no mundo.

 

Em sua pesquisa, o autor percebeu que não daria para contar a história do Palácio Monroe sem voltar no tempo para explicar a origem das Exposições Universais, grandes vitrines da modernidade que vinham sendo montadas na Europa e nos EUA, numa época em que o Brasil ainda não tinha se convertido em República, tampouco abolido totalmente a escravidão em seu território. A existência do Palácio Monroe se insere nesse contexto, pois sua primeira versão serviu de Pavilhão Oficial do Brasil na Exposição Universal de Saint Louis (EUA), em celebração ao centenário da compra do território da Lousiana, onde recebeu um prêmio.

 



Remontado no Rio de Janeiro no início do século XX, em pleno processo de modernização da cidade, com as obras da grande reforma urbana do Prefeito Pereira Passos em andamento, o Pavilhão Brasileiro finalmente ganhou seu nome definitivo em homenagem ao presidente americano James Monroe, idealizador da famosa doutrina “A América para os americanos”.

 

Cientes do atraso em relação às nações mais desenvolvidas, os governantes da época desejavam apagar a imagem colonial do país com ações que visavam propagar uma imagem moderna do país. Depois de realizar uma Exposição de âmbito nacional em 1908, no Rio de Janeiro, na qual o Brasil ganhou experiência no tema, o país se rendeu aos apelos de vários setores da sociedade para realização de uma Exposição Internacional em celebração ao Centenário da Independência. Inaugurada em setembro de 1922, essa Exposição teve o Palácio Monroe como Bureau Oficial de Informações e cartão de visitas para entrada de visitantes no setor Internacional.

 

Até chegar a esse momento, no entanto, outras ações do governo foram executadas como pré-condições necessárias à montagem da grande Exposição. Assim, o arrasamento do Morro do Castelo, por exemplo, outra obra polêmica executada naquele período, também é abordada em detalhes pelo autor, pois é fundamental para entender o pensamento político da época e os desdobramentos que permitiram a montagem da própria Exposição.

 

Como é contado em “TEMPOS MODERNOS – O Rio metrópole, a Exposição de 1922 e a incrível história do Palácio que desapareceu durante a Ditadura Militar”, a maioria das construções citadas foi demolida. Até mesmo o Palácio Monroe, com todo peso histórico de ser um prédio premiado no exterior – em sua primeira versão -, e servindo ao país de várias formas, não foi poupado. Essa é, sem dúvida, a demolição mais polêmica e a que até hoje deixa muita gente inconformada. “Drummond não tem nome de poeta à toa. Ele resgata a sublime poesia da história imortal de um palácio que morreu”, lembra o historiador João Daniel Almeida no texto de apresentação. A demolição aconteceu durante a Ditatura Militar, no Governo Geisel, que teve participação importante na decisão.

Carlos Eduardo Drummond

 

A ideia de escrever o livro:

Carlos Eduardo Drummond, também autor do sucesso CAETANO – uma biografia (Seoman, 2017), relata que a ideia do livro nasceu em 2007, quando cursava uma Pós-Graduação em Relações Internacionais. O primeiro ímpeto foi escrever um livro sobre o Barão do Rio Branco, depois de assistir às aulas de História do Professor e Historiador João Daniel Almeida. Contudo, anos depois essa ideia foi abandonada e, no lugar dela, cresceu o desejo de pesquisar sobre o período fascinante abordado no livro, que inclui a tradição de montar grandes exposições, egressa do período industrial europeu e norte-americano, além da própria experiência brasileira de 1922 e, sobretudo, a indigesta demolição do Palácio Monroe, revela o autor.

 

Ele conta que sempre se encantou pelo universo das grandes exposições. Ao mesmo tempo, se junta ao coro daqueles que não se conformam com a demolição do Palácio Monroe. Abordar tudo no mesmo contexto, com uma clara correlação entre os temas relacionados, é um dos grandes méritos do livro, pensa o autor. Especialmente o caso do Monroe é um tema que precisa ser lembrado de forma permanente. E vai além. Mais do que ser lembrado, o erro pela demolição do Palácio precisa ser reparado. Gerações vêm sendo privadas desse bem público de imenso valor histórico e ninguém até hoje realizou qualquer compensação. Em algum momento, esse Palácio precisa ser reconstruído, sonha o autor.

 

O esforço da pesquisa:

A investigação exigiu do autor rastrear documentos raros em instituições de pesquisa e memória, no Brasil e no exterior. Uma representante do Bureau International des Expositions (Paris – França) e o Presidente da 1904 World’s Fair Society (Saint Louis – EUA) foram alguns colaboradores importantes. Além desses, o americano Jerry Miller, colecionador de itens da Feira de Saint Louis, forneceu uma foto de sua coleção que está no livro. Outro desafio foi dar andamento às pesquisas durante a Pandemia, com as muitas restrições impostas para a sociedade. Mas o resultado valeu a pena. Além de sustentar os fatos narrados ao longo dos capítulos, o montante apurado enriqueceu o conteúdo do livro com informações curiosas e consistentes, além de uma rica iconografia (por volta de 150 imagens), que inclui fotos raras, como a série da construção do Pavilhão Brasileiro em Saint Louis, localizada nos EUA, com ajuda dos americanos. Outro importante achado da pesquisa saiu do mergulho no arquivo Geisel, da Fundação Getúlio Vargas. Uma das atas das reuniões confidenciais do início dos anos 1970 revela que o Presidente Geisel fomentou uma campanha secreta, nos jornais da época, para criar artificialmente na opinião pública o desejo de demolir o Palácio Monroe. Mais uma herança funesta da Ditatura que vem a público no ano em que o golpe completa 60 anos. Essa informação sequer consta do volumoso processo do IPHAN que contém a farta documentação oficial produzida na época e que também foi esmiuçada pelo autor.

 

Um guia turístico em forma de livro:

O autor ainda revela no Epílogo os muitos vestígios remanescentes na cidade do que é narrado ao longo do livro. As últimas páginas do livro funcionam como um guia turístico do Rio Antigo, indicando ao leitor endereços e locais da cidade que ainda possuem prédios, monumentos ou qualquer lembrança da época. A partir do que é narrado no Epílogo, é possível montar roteiros turísticos a pé, no Centro do Rio, para ver com os próprios olhos o que restou daquela época e o que desapareceu. Além de um importante documento de memória, o livro é uma leitura obrigatória para quem é apaixonado pela cidade e suas histórias.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

O livro ‘Associação Brasileira de Imprensa: Uma história não contada’ será lançado hoje (3), na Livraria Travessa do Leblon, às 19h

 

A obra foi escrita pelo advogado e autor Jansen Oliveira

 

"Associação Brasileira de Imprensa - Uma História Não Contada" desvenda os segredos e intricados caminhos que marcaram a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) durante um dos seus momentos conturbados de sua história interna. O texto transporta os leitores para os bastidores de uma disputa eleitoral que transcendia o campo jurídico, revelando paixões, desafios e reviravoltas.

 

No centro da trama, a chapa Vladimir Herzog, encabeçada por Domingos João Meirelles, Paulo Afonso Jeronimo e Jesus Chediak, enfrenta a longa influência política do então presidente Maurício Azêdo, já no terceiro mandato e há nove anos no comando da ABI. A contratação do autor, na qualidade de advogado, às vésperas do prazo final para inscrição da chapa, desencadeia uma busca judicial pela anulação de uma eleição que se desviou dos trilhos estatutários da entidade.


 

"Associação Brasileira de Imprensa - Uma História Não Contada" conduz os leitores para as assembleias vibrantes da Casa dos Jornalistas, onde debates fervilhantes muitas das vezes influenciavam os destinos da imprensa brasileira. Como um dedicado mosaicista, o autor tece histórias que emergem organicamente, contadas por jornalistas renomados e personagens que permeiam os corredores da ABI.

 

O autor, Jansen Oliveira, relata que esta história já veio pronta para ele, começo, meio e fim. “A vontade de escrevê-la foi para colocar no papel tudo que já estava na minha cabeça. No início, eu escrevi para mim mesmo, pois eu achei interessante a forma como os acontecimentos se entrelaçava. Parecia até uma obra de ficção, mas não era. Era um case. Uma história repleta de fatos inusitados e extraordinários e que mereciam ser relatados”, pontuou.

 



Nesta obra, Jansen Oliveira não se limitou a narrar um caso jurídico, ele convida leitores de todas as áreas a explorar um capítulo fascinante e pouco explorado da história da imprensa brasileira.

 

Em "Associação Brasileira de Imprensa - Uma História Não Contada", o leitor é guiado por um advogado imerso no universo dos jornalistas que atravessou o portal da centenária Casa das Liberdades e nos leva a desvendar uma trama que vai além das páginas estatutárias, ela revela fatos importantes sobre os bastidores da ABI – Associação Brasileira de Imprensa.

 

Sobre Jansen dos Santos Oliveira

Jansen dos Santos Oliveira nasceu em 1970 na cidade maravilhosa. É advogado especialista em direito imobiliário, orfanológico e planejamento patrimonial sucessório. Ele esteve à frente do departamento jurídico da Associação Brasileira de Imprensa de 2014 a 2018.  Concilia a carreira jurídica a de escritor. Tem textos e contos publicados em diversas plataformas digitais. Sua vida é marcada por um compromisso com a justiça e excelência profissional e sua trajetória permeia as habilidades jurídicas as literárias.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

“Olhar Complexo”: Bruno Itan lança hoje (17) livro com sua obra fotográfica


Criado no Complexo do Alemão, no Rio, o autor recifense retrata a realidade de comunidades cariocas em imagens poéticas e dramáticas

 

O fotógrafo Bruno Itan lança hoje, dia 17, a partir das 19h, o livro “Olhar Complexo”, que tem o selo da Editora Senac Rio e apresenta fotos que traduzem representatividade, potência, vida e dor silenciada. São essas as impressões das imagens captadas por Bruno, principalmente no Complexo do Alemão e na Rocinha, locais onde foi criado e vive atualmente, e que permitem ao leitor viva verdadeiramente a experiência de conhecer os “Brasis” que habitam o Brasil.

 

Bruno Itan (Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)

O lançamento de “Olhar Complexo” acontece com sessão de autógrafos a partir das 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon (Avenida Afrânio de Melo Franco, 290 - Store 205 A), na Zona Sul do Rio de Janeiro.

 

Esta obra é um grito de representatividade, é vida pulsante, silêncio de dor, riso largo, experiência única vivida e exportada para o mundo e, sobretudo, um rito de passagem. As fotos apresentadas possibilitam viver verdadeiramente a experiência de saber os Brasis que habitam o Brasil.

 


O nome do livro, Olhar Complexo, é também o nome do projeto do autor, que capacita moradores de comunidades a fotografarem as favelas por cada prisma que estas oferecem e descortina as imagens de Bruno Itan não só para benefício da fotografia, mas, também, como registro imparcial de uma circunstância que só pode mudar se vista por dentro.

 

Ao fim do livro o leitor é presenteado com beíssimos registros fotográficos do autor, que podem ser destacados e apreciados como quadros.

 

Sobre o autor:

Bruno Itan é cria do Complexo do Alemão – onde descobriu seu amor pela fotografia – e vive atualmente na Rocinha, outra comunidade carioca. Desde 2008, dedica-se a retratar a realidade de seu entorno em imagens poéticas ou dramáticas, às vezes, ao mesmo tempo, poéticas e dramáticas.

 

A vontade de traduzir em arte o que via em volta fez surgir uma agência composta apenas por fotógrafos de várias favelas da cidade do Rio de Janeiro, a “Olhar Complexo”. Assim, Bruno descobriu sua missão de vida: disseminar e fomentar a cultura da fotografia dentro das favelas do Brasil.


Foto de Bruno Itan

O fotógrafo recifense ensina, por meio de saídas técnicas, palestras, oficinas e exposições, que a fotografia depende de diversos fatores e que, para uma sessão de fotos, é preciso mais do que equipamentos profissionais.

 

Ao transmitir seus conhecimentos sobre essa arte imagética, o autor quebra os paradigmas e preconceitos dos próprios moradores com relação à fotografia dentro das favelas, além de usá-la como ferramenta de denúncia contra as mazelas presentes nas comunidades. Bruno apresenta a fotógrafos experientes e novatos técnicas que mostram a importância de registrar e criar a memória desses territórios. Com esse intercâmbio entre fotógrafos de dentro e fora da favela, ele cumpre a missão de formar um acervo para as próximas gerações.

 

Foto de Bruno Itan

Na ocasião da publicação desta obra, Bruno recebeu a Moção de Congratulações e Aplausos pela relevante contribuição no campo social e a Moção de Louvor e Reconhecimento, ambas concedidas pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Ancelmo Gois dá nome a Biblioteca Comunitária em Cordovil, que será inaugurada no próximo sábado

 

Espaço conta com 1500 livros, incluindo o acervo pessoal do jornalista homenageado e seus amigos

No próximo sábado, dia 20, às 10h, o projeto Favelivro vai inaugurar mais uma biblioteca comunitária, desta vez na Avenida das Missões, 18, no bairro de Cordovil, próxima às comunidades Cidade Alta e Kelson, na zona norte do Rio de Janeiro. A personalidade homenageada para dar nome à biblioteca é Ancelmo Gois, jornalista do jornal O Globo. O acervo inicial da biblioteca conta com 1500 livros, incluindo livros do jornalista homenageado e seus amigos. Para Demezio Batista, um dos fundadores do projeto, a esperança é a de que os frequentadores da biblioteca se espelhem em Ancelmo Gois: “Quem sabe o espaço contribua para nascerem jornalistas tão brilhantes quanto ele”, enfatiza.

 

Jornalista Ancelmo Gois

A ideia do projeto Favelivro é incentivar a educação e a cultura através da leitura, criando bibliotecas e atividades literárias em comunidades e escolas públicas do Rio. As bibliotecas comunitárias são criadas a partir de um pedido dos moradores e, após montadas, sua gerência fica a cargo da própria pessoa ou grupo solicitante. O Favelivro fica responsável por montar fisicamente a biblioteca, estantes e estrutura básica, fornecer o acervo inicial por meio de doações, realizar a conexão com o patrono escolhido pelos moradores da comunidade, produzir e divulgar a inauguração.

 

O movimento Favelivro já inaugurou 37 unidades no Estado do Rio de Janeiro, distribuídas por comunidades das cidades do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São Gonçalo, Niterói e no bairro de Madureira.

 

Mais sobre o Favelivro

O projeto nasceu do encontro de dois apaixonados por livros: os amigos Demezio Batista, livreiro, e a professora de língua portuguesa Verônica Marcilio. Os dois se conheceram na comunidade da Barreira do Vasco em uma ação social com crianças enquanto compartilhavam o desejo de tornar a leitura mais acessível.


 

No Brasil, cerca de 48% da população não têm o hábito da leitura, causado principalmente pela falta de acesso aos livros, muitas vezes caros e inacessíveis. É nesse cenário que surge a Favelivro: um movimento que abre bibliotecas em comunidades carentes com livros gratuitos. Cada biblioteca leva o nome de um patrono famoso, sugerido pelos moradores de cada território.

 

Como participar

Para doar livros ou pedir uma biblioteca, os interessados devem se comunicar pelo Instagram @favelivro ou pelo telefone da fundadora do projeto, Verônica Marcilio (21) 98366-8117. Os livros são recolhidos nas residências pelos voluntários.

terça-feira, 16 de abril de 2024

Novo livro de Álvaro Caldas,“De minha janela não vejo o fim do mundo”, terá sessão de autógrafos dia 19, em Botafogo

 

Jornalista reúne 70 crônicas escritas e publicadas de 2018 a 2023. Noite de autógrafos será na Livraria Travessa de Botafogo, às 19h

 

A experiência de mais de 30 anos em redações de jornais e a memória de um ex-militante, preso na ditadura, aliadas ao olhar atento de um observador do cotidiano, serviram de inspiração para o jornalista Álvaro Caldas escrever seu novo livro, De minha janela não vejo o fim do mundo”, com o selo da Editora Garamond. A obra é uma coletânea de crônicas escritas e publicadas nos sites JB online, do Jornal do Brasil e Ultrajano, do jornalista José Trajano, de 2018 a 2023. A noite de autógrafos será dia 19 de abril, sexta-feira, na Livraria Travessa, em Botafogo.

 


A primeira das 70 crônicas reunidas é a que dá nome ao livro, escrita logo no começo da pandemia, em março de 2020, quando só restava ao autor observar o movimento dos carros, da janela do seu apartamento, no oitavo andar, de um prédio em Copacabana. Nela, com um texto curto e instigante, Álvaro reflete sobre o vírus que isolou o mundo, descreve personagens que vagam pela paisagem urbana despovoada e sobre seus próprios delírios solitários.  E ao longo das 206 páginas, ele vai contando causos, buscando em cada história diferentes planos da existência, o presente, o passado recente e o longínquo.

 

O autor conta parte da história do país no período das trevas da ditadura, quando numa coluna manifesta seu assombro diante de ameaças à liberdade, com velhos tanques de guerra desfilando nas ruas.  Ora ele emociona o leitor ao lembrar de crianças, filhos e netos, que cresceram durante a ditadura e daqueles homens e mulheres que se foram sem tempo de se despedir. Ora ele se diverte planejando uma viagem para Pasárgada junto com o neto Theo. Cada crônica revela uma história curiosa e leva à reflexão. Como em “As dores da despedida de velhos amigos de cabeceira“, em que se desapegou de alguns livros que lhe fizeram companhia por anos.


Álvaro Caldas

 

Sobre o autor:

Com 83 anos, Álvaro Caldas se assume um carioca de coração. Nasceu em Goiânia e com 19 anos mudou-se para Rio de Janeiro e atualmente vive em Copacabana.  Cursou a Faculdade Nacional de Filosofia, centro de agitação política e cultural na década de 60, de fundamental importância para a sua formação e futuro. De lá saiu com duas paixões: o jornalismo e a revolução social.

 

Trabalhou nas principais redações cariocas e sucursais dos jornais de São Paulo no Rio, como Jornal do Brasil, O Globo, Estado de SP e Folhas SP, além de colaborar com a imprensa alternativa nas décadas de 70/80. Militante da esquerda armada, foi preso e torturado em 1970 e passou dois anos e meio no cárcere. Em 1973 foi sequestrado e preso novamente. Dado como desaparecido, foi salvo por um milagre. Integrou a Comissão da Verdade do Estado do Rio.


Álvaro Caldas

 

No final da década de 80 deixou as redações, criou sua empresa e iniciou uma nova experiência como professor nas faculdades Cidade e PUC/ Rio. Da minha janela não vejo o fim do mundo” é o quinto livro do autor.  Antes ele publicou, pela Editora Garamond, o de memórias “Tirando o capuz”; a ficção “Balé da utopia” – que foi adaptado para o cinema com o título de “Sonhos e desejos”, com direção de Marcelo Santiago -, e o de contos “Cabeça de peixe”. Também organizou “Deu no jornal, o jornalismo impresso na era da internet.” (Editora PUC-Rio) e "Duas fantásticas viagens, o relato de uma experiência em busca da verdade" (Editora Ponteio). 

Escritor de 16 anos, da Baixada Fluminense, lança livro sobre autismo no próximo sábado (20)

 

Um motivo para lá de especial para celebrar o mês de conscientização do Autismo: o livro “Além do Autismo”, do jovem escritor, Caio Alexandre Firmino, será lançado no próximo sábado, dia 20, das 16h às 20h, no Downtown, localizado na Avenida das Américas, 500, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A obra tem o selo da Elas Editora Litterae, em parceria com o HUB Club Mães Atípicas.

 


No livro, o autor narra como lidou com o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) do seu irmão caçula Davi Firmino, mostrando as experiências vividas nesta jornada e como isso impactou o relacionamento dele, o entrosamento com o restante da família na descoberta da importância do amor, atenção e união para o tratamento e acolhimento.

 

“É importante saber como uma criança com autismo vê o mundo para entendê-la melhor. Crianças com autismo também fazem parte da sociedade e precisamos ajudá-las para que se sintam acolhidas. Mudanças, adaptações, saber se colocar no lugar do outro, tudo isso é uma construção’, conta Caio Alexandre.

 

O jovem escritor, de 16 anos, nasceu em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, vem de uma família humilde, sempre foi dedicado aos estudos, com boas notas no colégio, e ama esportes. Ele sonha em jogar futebol profissional, mas, por conta de uma lesão no joelho, adiou o sonho por enquanto. A ideia de escrever o livro veio em 2018, através de um trabalho escolar.

 

Davi Firmino e Caio Fernando 

“O trabalho teve uma grande repercussão na escola. Percebi que poderia gerar mais conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista. Com o livro, espero que possamos gerar maior inclusão e empatia sobre todas as espectros e deficiências, visíveis ou ocultas”, finaliza o autor.

 

No dia do lançamento, que será aberto ao público, haverá diversas atrações voltadas para o público, como peças teatrais, música e informação. O livro também estará disponível para compra no site www.elaseditora.com.br.

Fotos: Miranda Fotografia

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Processo terapêutico de Monica Benicio ressignifica luto por Marielle em biografia inédita sobre história de amor


Lançamento será sábadom dia 13, a partir de meio-dia, na Livraria Folha Seca, no Centro do Rio de Janeiro


A vereadora Monica Benicio, viúva de Marielle Franco, lançará o livro "Marielle e Monica: uma história de amor e luta" no próximo sábado, dia 13, a partir das 12h, na livraria Folha Seca, à Rua do Ouvidor,37, Centro, Rio de Janeiro. O lançamento também contará com um bate-papo com a deputada federal Talíria Petrone e uma roda de samba com o grupo Samba Que Elas Querem.

 


De forma inédita, Monica conta a história do amor arrebatador que fez sua vida se entrelaçar com a de Marielle para sempre. Editado pela Rosa dos Tempos, do Grupo Editorial Record, o livro é sobre a descoberta e a vivência de um amor lésbico. Foram 14 anos de relacionamento, entre idas e vindas e muitos obstáculos. Desde um quartinho na favela da Maré, que serviu de abrigo para encontros às escondidas, até o gabinete 903 na Câmara de Vereadores do Rio, onde Marielle exerceu seu mandato até ser brutalmente assassinada, quando se tornou símbolo de resistência política.

 

Uma história de amor inspiradora entre duas mulheres interrompida por um dos maiores crimes políticos do país. No livro, Monica também fala sobre o processo de luto, o alcoolismo e a depressão.

 


Em “Marielle e Monica: uma história de amor e luta”, com o selo da Editora Rosa dos Tempos, o olhar íntimo de Monica Benicio distancia Marielle da figura política para revelar uma mulher de carne e osso. Escrita como parte do processo terapêutico de Monica no luto pela morte da esposa, assassinada em 2018, a biografia narra história de um amor que lutou por mais de uma década para ser reconhecido. Em menos de 48h de pré-venda, livro entrou para a lista de mais vendidos da Amazon.

 

'Poder parir esse livro, que não é só uma história de amor, mas de amor entre duas mulheres com todo o peso, fúria, desencontros e dores que isso gera é um alívio e também a forma que encontrei de não morrer junto, de insistir na memória imperecível e de lutar por justiça. Não a justiça que o Estado Brasileiro deve a mim e aos familiares de Marielle. Mas a justiça que o mundo deve a Marielles que, como ela, moveram as estruturas para construir um lugar digno pra nós mulheres, mulheres lésbicas, LGBTs, faveladas e favelados, pessoas negras, pobres', enfatiza Monica Benicio sobre a biografia.

 



O COMEÇO

Em 2004, quando Monica Benício topou passar o carnaval com as amigas numa praia em Saquarema, mal sabia ela que sua vida mudaria para sempre. Nessa viagem, outra convidada, até então desconhecida, roubaria sua atenção de forma arrebatadora. “Eu precisei levantar bem a cabeça e erguer meu pescoço para que meus olhos pudessem finalmente enxergar o rosto dela”, conta Monica. “Era uma mulher alta, linda, com sorriso largo e um brilho no olhar que parecia um farol. Tinha luz própria”. Diante dela, surgiu uma jovem chamada Marielle, de apenas 24 anos, que seria sua companheira inseparável – não apenas daquele carnaval, mas da vida.

 

Marielle e Monica logo se tornaram melhores amigas. E, dessa amizade, aos poucos, um amor genuíno foi ganhando espaço até o ponto em que tomou conta de tudo. Elas se apaixonaram perdidamente e deram início a um namoro às escondidas. No entanto, o jovem casal muito em breve se veria em maus lençóis. Com dificuldades para afirmar a relação com Monica, Marielle tinha inseguranças que a afastaram da amada.

 



A partir daí, deu-se uma sucessão de idas e vindas, que contaram com muitos períodos de afastamento e de reaproximação, ao longo de 14 anos de uma conexão intensa. Acontecesse o que acontecesse, elas se mantinham por perto, mesmo quando estavam vivendo outras relações. Até que, enfim, se acertaram. Monica estava ao lado de Marielle quando ela definiu que entraria para a política – decisão que mudaria não apenas a vida delas, mas também marcaria definitivamente a história do Brasil.

 

Pela primeira vez, Monica Benicio conta, em “Marielle e Monica: uma história de amor e luta”, a história de amor que fez sua vida se entrelaçar com a de Marielle Franco. Desde um quartinho na favela da Maré, que serviu de abrigo para encontros, até o gabinete 903 na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, onde Marielle Franco trabalhou, esta é uma história de amor emocionante e surpreendente, cheia de reviravoltas e fatos inusitados, que faz jus a qualquer novela de grande sucesso de público e crítica. Um amor tão profundo e bonito que, agora, conquistará leitores e leitoras pelos quatro cantos do mundo.

 

“Nestas linhas, regida por uma coragem absoluta, Monica fala do seu desejo de morrer e do impacto arrasador do alcoolismo em seu processo de luto. Lutar por justiça por Marielle também foi lutar por sua sobrevivência. Ao concluir este livro, seis anos depois de sua perda dilacerante, Monica Benicio revela um feito enorme: sua pulsão e desejo da própria vida” – Fernanda Chaves, jornalista, amiga do casal e sobrevivente do atentado que vitimou Marielle Franco e Anderson Gomes.

 


“Monica teve que lutar fortemente, até pelo direito à sua viuvez. Tanto quanto lutou para viver seu grande amor. Pelo simples fato de serem duas mulheres. ‘A luta mudou nossa vida para sempre, mas também nos fez perder o medo de lutar”. Este livro tem uma enorme importância também porque nos deixa conhecer e acarinhar esses fatos, esse amor inspirador, que se desdobrou em tantas lutas e nos deu uma aliada na vida como Monica Benicio” – Zélia Duncan, cantora e ativista pela comunidade LGBTQIAPN+

 

“Um amor bonito de se ver. De se embebedar. De se compartilhar. Mari me apresentou Monica na Maré, e logo de cara me embebedei com pé sujo na cama delas. Monica ficou braba, e ali compartilhamos um amor que nunca teve fim. Ali eu conheci outra Marielle: mais intensa, mais linda, mais inteira. Um amor bonito de se ver” - Talíria Petrone, deputada federal e amiga do casal Marielle e Monica

 

“Sabe um amor que vem tão forte, que contagia todo mundo em volta? […] Agora, com este livro, essa história fica registrada para sempre – o tempo de duração desse amor” - Juliana Farias, antropóloga, lésbica e amiga do casal Marielle e Monica desde 2008.




SOBRE A AUTORA

Monica Benicio (Rio de Janeiro/RJ, 1986) é viúva de Marielle Franco. É militante dos direitos humanos, ativista LGBTQIAPN+ e mestre em Arquitetura (PUC-Rio). Em 2020, foi eleita vereadora pela cidade do Rio de Janeiro. É uma das vozes mais atuantes por justiça para sua esposa, Marielle, socióloga e vereadora carioca que foi brutalmente assassinada em 14 de março de 2018. Até a finalização deste livro, quase seis anos após o assassinato, o inquérito que investiga os mandantes e as motivações desse crime ainda não foi concluído. Para manter vivos o legado e a memória de sua esposa, Monica Benicio dedica sua vida a divulgar os ideais políticos de Marielle Franco e a denunciar o conluio que a vitimou.

 

Seu trabalho destemido é reconhecido no Brasil e internacionalmente. A missão é, ao mesmo tempo, honrosa e arriscada. Organizações de defesa dos direitos humanos apontam o Brasil como o país onde há maior ocorrência de assassinatos por motivação política em todo o mundo, situação que demanda mudanças urgentes na proteção de lideranças de minorias em risco de vida.