domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mundo literário perde Moacyr Scliar, imortal da Academia de Letras, aos 73 anos


O Brasil – e o mundo – perdeu, na madrugada deste domingo, a genialidade do escritor Moacyr Scliar, que havia sofrido um AVC e estava internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital das Clínicas de Porto Alegre desde o dia 17 de janeiro. O corpo de Scliar está sendo velado no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. O sepultamento, reservado à família e amigos, está marcado para acontecer nesta segunda-feira (28), no cemitério do Centro Israelita, em Porto Alegre (RS). 

Como forma de homenagear o grande escritor gaúcho, que ocupava, desde 2003, a cadeira número 31 da Academia Brasileira de Letras, publico abaixo o último texto postado no Blog de Moacyr Scliar, no dia 9 de janeiro deste ano.

MOACYR SCLIAR - A síndrome do ninho vazio – ou a glória dos múltiplos ninhos?

Convenhamos, a independência dos filhos é, ao fim e ao cabo, um triunfo para os pais

 Ano-Novo, vida nova, é um dito clássico. Que, contudo, raramente se traduz em mudança real. Na maioria das vezes, continuamos levando nossas vidas, mantendo nossas rotinas, postergando nossos projetos revolucionários. Mas toda regra tem exceção, e o Beto Scliar é disso um exemplo: ele começou 2011 no seu próprio apartamento, por ele muito bem instalado e decorado. Mais do que isso, e ao menos para seus orgulhosos pais e para a Ana, está se revelando um grande dono de casa. Ou seja, é um marco em sua bela trajetória pessoal e profissional.

Em algum momento os filhos têm de sair do reduto paterno-materno. A época para isso varia de acordo com as culturas, com as famílias. Nos Estados Unidos, a independência tradicionalmente ocorre no momento em que o jovem vai para o college, que mais ou menos equivale à nossa universidade. A regra é que isso se faça com mudança de cidade (quanto mais distante melhor), e a partir daí o rapaz ou a moça terão de tomar conta de si mesmos.

Na classe média brasileira, a coisa sempre foi mais flexível, e essa flexibilidade aumentou na medida em que cresceu a expectativa de vida e na medida em que a independência, cada vez mais dependente do diploma, do mestrado, do doutorado, foi sendo adiada. Uma adolescência prolongada, portanto, mas não infinita (ou, parafraseando Vinicius, infinita enquanto dura). De qualquer modo, a ideia da família extensa, que até era um costume no período colonial (entre os ricos ao menos) foi ficando coisa do passado.

Claro, é uma mudança, e toda a mudança tem suas implicações. Amigos nos perguntaram, e com razão, se já estamos com a síndrome do ninho vazio. A expressão, provavelmente de origem americana (“empty nest syndrome”) é muito conhecida; remete a quase 200 mil referências no Google, a dezenas de artigos que analisam esta situação. Os autores apontam algumas vantagens (o refrigerador não é mais saqueado pelo filho e pelos amigos, a mãe não tem mais que arrumar quartos que parecem um cenário de guerra, a casa fica mais silenciosa), mas reconhecem que esta ordem, esta limpeza, este silêncio podem ter o seu lado melancólico. E aí sucedem-se os conselhos tipo autoajuda, que incluem até indicações de terapia.

Será que é para tanto? Convenhamos, a independência dos filhos é, ao fim e ao cabo, um triunfo para os pais. O ninho poderá ficar um tanto vazio, mas a verdade é que outro ninho surge, não raro vários deles. São casas que acolhem os pais, são lugares que lhe proporcionam surpresas. É a nossa superfície de contato com o mundo que se expande, e isso sempre é consolador.

Não é de admirar, pois, que repetidos estudos realizados a respeito (nos Estados Unidos, obviamente; onde mais?) mostrem que o índice de felicidade conjugal, avaliado através de indicadores, melhora quando os ninhos ficam múltiplos, e quando o casal pode, de certa forma, se redescobrir.

Voar É com os Pássaros era o título de um antigo e clássico filme. Não, voar não é só com os pássaros. Nós também voamos, seja nos aviões (quando os voos não são cancelados), seja através de nossa imaginação. Cada ninho, onde quer que esteja, é uma base para os sonhos. Entre eles, claro, o sonho de nossa própria casa.

Postado por Beto Scliar às 19:47

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Livro em homenagem a João Havelange é lançado pelo Comitê Olímpico Brasileiro


Com presença maciça de convidados e jornalistas, o livro "JOÃO HAVELANGE - O dirigente esportivo do século XX" foi lançado na noite de ontem, dia 24, no Country Club, no Rio de Janeiro. Organizado por José Mario Pereira e Silvia Marta Vieira, o livro é o quadragésimo lançamento do selo COB Cultural, uma parceria do Comitê Olímpico Brasileiro e da Editora Casa da Palavra

Em edição especial, bilíngue (português/francês), em capa dura, o livro de 240 páginas traz diversas fotos e depoimentos inéditos sobre o empresário, atleta e dirigente esportivo que revolucionou o futebol mundial, desde sua infância, no Cosme Velho, até a presidência da FIFA.

"Confesso que este livro me levou às lágrimas, me sensibilizou muito pela forma como foi feito e está sendo lançado. Estou muito satisfeito por esta obra", disse João Havelange, fazendo questão de enviar um recado á juventude esportiva brasileira. "Se dediquem ao esporte. Não fumem, não bebam, respeitem seus treinadores e, principalmente, sejam o espelho desta nação, um país que já está mostrando seu valor através do esporte e sua juventude", completou Havelange, antes de autografar a biografia para centenas de pessoas.

Havelange - Jean-Marie Faustin Godefroid Havelange, ou simplesmente João Havelange. Sua trajetória de vida é a tradução perfeita da dedicação plena ao esporte. Carioca, nascido em 8 de maio de 1916, Havelange ocupou o cargo máximo do futebol mundial durante 24 anos (1974 a 1998), imprimindo importantes avanços para a modalidade esportiva mais popular do mundo. Havelange é membro decano do COI, no qual ingressou em 1963.

Antes de brilhar como dirigente, Havelange se destacou como atleta, disputando os Jogos Olímpicos em duas modalidades diferentes, natação e pólo aquático. Tamanho empenho esportivo não o distanciou da formação acadêmica. Aos 24 anos, enquanto desenvolvia sua carreira como atleta, João Havelange se formou em Direito.

Torcedor do Fluminense, foi no clube tricolor que Havelange ingressou no esporte. Zagueiro da equipe de futebol, foi campeão juvenil de futebol em 1931. Mais tarde se transferiu para a natação, tendo participado dos Jogos Olímpicos de Berlim-36. Foi campeão carioca, paulista, brasileiro e sul-americano de natação. Pouco depois passou para o polo-aquático, pelo qual chegou ao título pan-americano. Integrou a equipe brasileira que participou dos Jogos Olímpicos de Helsinque-52.

"JOÃO HAVELANGE - O dirigente esportivo do século XX" foi produzido com o apoio do Banco Modal, Bradesco Seguros e Gefco, através da Lei Rouanet de incentivo à cultura. O livro já está nas livrarias, com preço sugerido de R$ 120,00.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Zibia Gasparetto dá entrevista hoje pelo Twitter, no TwitCam Saraiva

Nesta quinta-feira (17/02), Zibia Gasparetto responde às perguntas de jornalistas e "twiteiros" ao vivo, pelo TwitCam Saraiva. Essa iniciativa tem o objetivo de aproximar os leitores do universo da criação dos livros, textos e histórias. O público pode participar ativamente enviando suas perguntas por meio da rede de microblogs.

A entrevista terá início às 16h. Para assistir, basta acessar o Twitter em @saraivaonline e clicar no link, que vai ser anunciado apenas alguns minutos antes do evento. Os perfis @saraivaconteudo e @nossoseventos vão retwitar o link, bem como os perfis da Editora Vida & Consciência (@vidaconsciencia) e da própria Zibia (@zibiagasparetto). Para enviar perguntas, é necessário utilizar a hashtag #ZibiaNaSaraiva. Ao final serão sorteados livros autografados do último lançamento da autora.

Zibia Gasparetto é considerada um fenômeno editorial e um exemplo de sensibilidade: seus leitores identificam-se com as histórias e garantem que mudaram sua forma de pensar a vida, encontrando respostas para questões existenciais e problemas concretos. Nascida em Campinas, Zibia tornou-se escritora psicografando livros, e seu primeiro romance foi O amor venceu, ditado pelo espírito Lucius, que levou mais de cinco anos para ser concluído.

Avessa a qualquer tipo de rótulo e contra os dogmas que cerceiam as religiões, Zibia é certamente uma das autoras espiritualistas mais lidas do Brasil. Com mais de 30 livros publicados, já ultrapassou a casa dos 10 milhões de exemplares vendidos.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Editora Vida & Consciência sorteia livros no Twitter em homenagem ao Dia do Repórter


Durante o dia de hoje (16/2), a Editora Vida & Consciência vai sortear 10 exemplares do livro O repórter de outro mundo pelo Twitter. A iniciativa é uma homenagem ao Dia do Repórter, comemorado hoje, e tem como objetivo propor novos olhares em relação à literatura espiritualista, convidando leitores que ainda não conhecem este nicho editorial a adotar uma postura de repórter: investigar por si mesmo quais os benefícios que esses livros podem trazer para suas vidas.

Trechos da obra O repórter de outro mundo, ditada por José Silveira Sampaio (1914-1964) e psicografada pela médium Zibia Gasparetto, circularão na web durante todo o dia na rede de microblogs Twitter. Sampaio foi roteirista, ator e diretor de teatro carioca, além de colaborador do Jornal do Brasil, do Diário de Notícias e do Correio da Manhã.

Para concorrer aos livros, basta citar o título de dois livros de Silveira Sampaio psicografados por Zibia (existem quatro títulos), acompanhados da hashtag #SilveiraSampaio. Também é preciso "seguir" @vidaconsciencia, pois os vencedores serão contactados por Direct Message. A promoção é valida somente HOJE. O sorteio acontece às 22h, por meio do aplicativo OneKontest.

Silveira Sampaio, além de profissional do teatro e do meio jornalístico, formou-se em medicina e também se dedicou ao esoterismo, participando ativamente da Sociedade Supermentalista Tattwa Nirmankaia. Em O repórter de outro mundo (208 páginas, R$ 25), ele descreve sua existência em outra dimensão e sua viagem por diferentes regiões do plano astral, tentando investigar por que as pessoas que partem deste mundo podem ir para lugares diferentes umas das outras.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Três biografias imperdíveis: Hitler, José Alencar e Nássara


A vida de Adolph Hitler 
Quando foram publicados pela primeira vez, os dois volumes da biografia de Hitler escrita por Ian Kershaw foram considerados necessários para compreender esta personalidade do século XX. A presente tradução, lançada pela Companhia das Letras, foi realizada a partir da versão condensada elaborada pelo autor, que eliminou cerca de quatrocentas páginas de notas e referências – destinadas, sobretudo, ao público acadêmico -, procurando, no entanto, não prejudicar a força da narrativa e o poder de seu argumento.
Kershaw escreve “Hitler” baseado na documentação já conhecida e em diversas fontes, como o diário de Goebbels, redescoberto no início da década de 1990, que traz revelações mais íntimas sobre as atitudes, as hesitações e o comportamento de Hitler no poder.
A trajetória inteira desse indivíduo é esmiuçada pelo autor, em busca de uma explicação para essa trajetória ascendente, para o domínio que Hitler exerceu sobre as elites alemãs e para a catástrofe que causou em seu país e no resto do mundo. Sem desprezar os traços de personalidade do ditador na explicação da história, o autor enfatiza os aspectos sociais, políticos e econômicos da sociedade alemã traumatizada pela derrota na Primeira guerra, a instabilidade política, a miséria econômica e a crise cultural.


Ex-vice-presidente José Alencar
A vida do ex-vice-presidente da República José Alencar, um dos homens que viveu mais perto do presidente Lula nos últimos anos, é o tema de novo livro da jornalista e colunista da Folha de S. Paulo Eliane Cantanhêde. A biografia José Alencar – Amor à vida é resultado de 40 horas de entrevistas com Alencar e mais 30 entrevistados em quase um ano de trabalho.
Além de sua luta contra o câncer, o livro narra a trajetória desse mineiro autodidata, que apoiou o golpe militar e aderiu às “Diretas Já”, representante patronal que integrou a chapa do líder dos trabalhadores e empresário que se tornou vice do torneiro mecânico eleito presidente da República.
O livro marca a estreia do selo Primeira Pessoa, da Editora Sextante, dedicado a biografias, autobiografias e livros de reportagens, com direção do jornalista e historiador Helio Sussekind.


Os vários talentos de Nássara
Nássara passado a limpo, lançado pela Editora José Olympio, é uma grande crônica, um painel de vida e arte de Antonio Gabriel Nássara (1910-1996), compositor e caricaturista brasileiro. O autor, Carlos Didier, nos apresenta um Nássara ser humano, homem da esquina, completo carioca — “aliás, tão carioca que, contrariando a regra, até nasceu no Rio!”  – observa Ruy Castro em sua breve apresentação da obra.

Nássara é autor de vários sambas e marchinhas que todos os anos sacodem o Carnaval como Ala-la-ô, Florisbela, Meu consolo é você, Maria Rosa e Rei Zulu, entre tantas outras. Ele também é o autor do primeiro jingle brasileiro e foi caricaturista de jornais como O Globo e Diário Carioca.

O livro, composto de 65 crônicas ilustradas pelas caricaturas de Nássara, oferece um retrato pessoal do artista. O título é do próprio biografado, que revelou, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som (MIS), em 1968, o sonho de reunir em um volume algumas de suas histórias e caricaturas.