quarta-feira, 29 de junho de 2011

Escritor de Cabo Frio integrará o ‘Livro dos Heróis do Estado do Rio de Janeiro’


A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quarta-feira (29/06), em primeira discussão, o projeto de lei 199/11, que considera 'Herói do Estado' o escritor cabofriense Antônio Gonçalves Teixeira de Souza. A proposta tem o objetivo de incluir a biografia do escritor no Livro dos Heróis do Estado do Rio de Janeiro, que ficará disponível para consulta na Alerj. “Ele foi uma homem negro que venceu todos os desafios de sua época e tornou-se o primeiro romancista brasileiro”, diz o autor da proposta, deputado Janio Mendes (PDT).

Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa nasceu em Cabo Frio, em 28 de março de 1812 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1º de dezembro de 1861, é autor do primeiro romance em estilo romântico no Brasil, O Filho do Pescador (1843).

Filho de um português (Manuel Gonçalves) e de uma negra (Ana Teixeira de Jesus), apenas fazia os seus primeiros estudos quando se viu obrigado, pela precária situação econômica da família, a abandoná-los e a adotar uma profissão mecânica, a de carpinteiro. Por alguns anos exerceu este ofício no Rio de Janeiro, para onde viera de Itaboraí com o fim de nele aperfeiçoar-se. Cinco anos depois regressou à terra natal. Tinham-lhe morrido os quatro irmãos mais velhos.

Aos vinte anos achou-se só no mundo, com escassos bens que herdara do pai. Voltou aos estudos com o mesmo mestre, o cirurgião Inácio Cardoso da Silva, professor em Cabo Frio, e também poeta, cujos versos Teixeira e Sousa mais tarde reuniu e publicou. Em 1840 voltou ao Rio de Janeiro.

Apesar de todas as condições adversas - mulato e pobre, vivendo apenas 49 anos - Teixeira e Souza publi­cou com auxílio de seu ami­go Paula Brito cerca de 10 livros e duas tragédias: Cornélia em 1840 (sendo por isso considerado o pri­meiro trágico) e o Cavalei­ro Teutônico (tragédia em versos). A critica e a historiogra­fia literária brasileira atra­vés de seus nomes mais re­presentativos, tem sido unânimes em conferir ao escritor cabo­friense o mérito de primeiro romancista brasi­leiro.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Morre autor do livro “A lista de Schindler – a verdadeira história”



A Geração Editorial anunciou, com pesar, o falecimento do autor do livro “A lista de Schindler – a verdadeira história”,  Mieczyslaw (Mietek) Pemper. Ele morreu, na terça-feira (7/6), aos 91 anos, mas a prefeitura da cidade alemã de Augsburgo, onde o escritor vivia, somente na quinta-feira anunciou o falecimento.

Após anos no anonimato, a história da lista que poupou a vida de 1.200 judeus ganhou as telas do cinema com Steven Spielberg e a Geração Editorial ,em 2010, trouxe com exclusividade para o Brasil, a versão contada pelo homem que redigiu a verdadeira lista das empresas de Oskar Schindler.

Livro traz os detalhes mais cruéis de quem sentiu na pele as atrocidades do nazismo. Sobrevivente do Holocausto e testemunha de como a Lista foi elaborada, Mieczyslaw (Mietek) Pemper revelou como viveu no inferno, serviu ao diabo e sobreviveu.

Em seu célebre discurso aos trabalhadores judeus de suas empresas, após a libertação, em maio de 1945, Oskar Schindler – autor da famosa Lista que leva seu nome e deu origem ao filme de Steven Spielberg – declarou: “Não me agradeçam por terem sobrevivido. Agradeçam a seus compatriotas que se esforçaram dia e noite para livrá-los do extermínio. Agradeçam a seus intrépidos e destemidos companheiros Stern e Pemper, que, durante as tarefas que desempenharam a favor de vocês, contemplaram a morte diante de seus olhos a cada momento.”

Pemper é Mietek Pemper, o herói judeu que trabalhava, forçado, para o carrasco e assassino nazista Amon Göth. Arriscando a própria vida, ele seria o único, segundo o próprio Schindler, capaz de contar a emocionante história da Lista “de forma autêntica”. O livro traz as memórias de um sobrevivente que passou por todas as atrocidades possíveis do Holocausto, entre os anos de 1939 a 1945, e ainda conviveu por mais de 500 dias no “Epicentro do Mal”, servindo diariamente um dos mais sanguinários nazistas, o commandeur Amon Göth, chefe do Campo de Concentração de Krakau-Plaszów, onde mais de oito mil judeus foram assassinados.

No final da guerra, o judeu polonês Mietek Kemper, este sobrevivente, testemunhou contra os comandantes nazistas no Tribunal Internacional Militar de Nuremberg. Anos depois, em 1990, já bem velhinho, ele colaborou na produção do filme A Lista de Schindler, de Steven Spielberg. Faltava escrever seu próprio livro, que ele lançou em 2010, prestes a completar 90 anos de idade.

É com emoção extraordinária que Pemper relembra sua vida no campo de concentração, onde serviu o tal carrasco, e sua amizade com o empresário alemão Oskar Schindler, o homem que conseguiu resgatar, numa operação sem precedentes, mais de mil judeus condenados a morrer nos campos de concentração nazistas.

A obra tem uma narrativa fantástica, com depoimentos retirados da sua excelente memória e de anos de pesquisa nas mais diversas fontes. O autor conseguiu mais uma façanha para sua vida: imortalizar um fato histórico pela visão de quem viveu o terror do nazismo e que precisa ser lembrado constantemente para que o mundo não volte a cometer as mesmas barbáries do passado.