sábado, 27 de julho de 2013

Livro editado com mensagens dirigidas ao Papa Francisco será entregue neste domingo (28/07), durante encontro com voluntários da JMJ



O livro “Bem-vindo, Papa Francisco” foi escrito colaborativamente com mensagens enviadas pela rede social da Igreja, o eCatholicus, desde maio, por meio da campanha “Bote fé que eu fui”. A rede social, que tem a proposta de interligar toda a Igreja e seus fiéis na web, fez uma campanha encabeçada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para essa homenagem ao Papa Francisco, ao final da Jornada Mundial da Juventude. Das 25 mil mensagens recebidas, foram selecionadas 500, provenientes de todo o país.




Neste domingo, às 17h, quando o Papa Francisco se encontrar com os cerca de 15 mil voluntários cadastrados na JMJ, na Cidade da Fé, ele receberá em mãos, a homenagem especial. A entrega será feita por Dom Leonardo Ultich Steiner, secretário geral da CNBB e presidente da Comissão Episcopal Especial para a JMJ.

 “O livro ‘Bem-vindo, Papa Francisco’ “é o presente dos brasileiros ao Sumo Pontífice com o sotaque de todas as regiões do país”, diz Fábio Castro, diretor da Promocat, parceira da CNBB que editou a publicação. A Promocat é a empresa organizadora da ExpoCatólica e também é responsável pelo projeto da www.ecatholicus.com.br.

Francisco Victor Bouissou, membro da comissão do Bote Fé Brasil, que é responsável também pelos ícones da JMJ, como a Cruz Peregrina e a Imagem de Nossa Senhora, explica que a rede eCatholicus nasceu com uma grande missão: colaborar na divulgação da JMJ Rio2013. “A idéia central dessa ação é que todos os que participaram dos eventos "Bote Fé" pelo Brasil convergissem suas expressões  para um único local na web e deixassem seu recado ao Santo Padre, relatando suas experiências com a peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora e, ainda, se comunicassem entre si por meio da eCatholicus. Este livro com o nome, cidade e paróquia de todos os que participaram da campanha, está sendo entregue pela CNBB, ao Papa Francisco durante a JMJ Rio2013.

O critério de escolha das 500 mensagens impressas na publicação, segundo Bouissou, foi baseado em dois elementos. “Procuramos selecionar as mensagens mais instigantes, onde a criatividade fosse valorizada, mas também pela diversidade geográfica que o Brasil apresenta, para mostrar ao Papa Francisco, a abrangência desta grande nação católica e de suas expressões de fé”.

Frases:
Somos a juventude do Papa. Seja bem-vindo ao Brasil! Que o Espírito Santo te ilumine para que tenhas força de conduzir este rebanho. Te amo.” NATHÁLIA FERREIRA Ananindeua – PA Paróquia Cristo Rei

Obrigado, Santidade, por suas palavras e gestos que tem nos comunicado a misericórdia de Jesus e nos animado em seu seguimento! Rezamos por ti!” LUIS FERNADO RAMPELLOTTI Joinville – SC – Paróquia São Francisco Xavier

Obrigada por Amar e Acreditar na Juventude! Amamos você!” ANA PAULA LIMA Macatuba – SP Paróquia Santo Antônio

E-Catholicus
Arede social da Igreja, lançada no dia 30 de abril, tem um dos seus principais objetivos convergir esse público da jornada, virtualmente. “Para propiciar um espaço virtual de partilha e fraternidade e no contexto da JMJ Rio 2013, nasce a eCatholicus, a rede social que possibilita o diálogo entre todas as células da Igreja presentes no Brasil e  também inclui os fieis, ampliando o diálogo da Igreja com a maior nação católica do mundo”, explica Fábio Castro.  O acesso à rede pode ser feito por meio do site www.ecatholicus.com, e o cadastramento é aberto para qualquer pessoa que queira se conectar. “Espaços virtuais também são espaços de evangelização, pois ali nós nos encontramos para mais uma forma de diálogo”, encerra.

domingo, 21 de julho de 2013

Um papa do fim do mundo. Primeiro livro sobre o Papa Francisco chega ao Brasil


Em antecipação à visita do sumo pontífice, Jardim dos Livros publica biografia resumida, porém poderosa, do sucessor de Bento XVI 

Em Francisco – um papa do fim do mundo, primeiro livro publicado sobre o novo chefe da Igreja Católica, o especialista em religião e Vaticano Gianni Valente, amigo do cardeal Jorge Mario Bergoglio desde 2002, traça um perfil do líder religioso argentino, de seu trabalho junto aos pobres nas favelas e da ação de suas ideias.

No livro, ele é retratado como pastor generoso e caridoso de seu desvalido rebanho de fiéis, mas também como crítico destemido do liberalismo econômico, da especulação financeira, da evasão fiscal, da falta de respeito às leis e da corrupção política e empresarial. Um perfil sucinto, mas poderoso, do papa que a cada dia surpreende o mundo com seus gestos.

O livro relata que, na década de 1960, um grupo de sacerdotes foi morar nas favelas de imigrantes da capital argentina, para apoiá-los nas lutas políticas e sociais, mas acabaram mudados pela devoção simples das pessoas que queriam instruir. Em 2001, quando a economia argentina entrou em colapso, os efeitos sobre a população argentina pobre foram devastadores. O papel daqueles padres e de seus discípulos – entre os quais estava o então arcebispo Bergoglio, de Buenos Aires – foi decisivo para consolar e orientar aquelas pessoas.

Valente, um dos maiores especialistas em catolicismo do mundo, esteve várias vezes na Argentina, desde 2002, e tornou -se amigo do arcebispo que veio a ser cardeal e, agora, papa. O primeiro livro sobre o papa Francisco – seu estilo, suas ideias – foi publicado na Itália apenas 30 dias após a eleição dele e agora está sendo lançado no Brasil. Não se trata de uma biografia, mas de uma boa reportagem que mistura lembranças, situações e o pensamento do pontífice que vem se revelando, desde o primeiro dia, bem diferente de seus antecessores.

Francisco é apresentado juntamente com aqueles padres que, nas favelas, ouviam o choro escondido – para que os filhos não vissem – dos pais e mães que haviam perdido o emprego e não viam nenhuma perspectiva de futuro. Aqueles padres enfrentavam o desalento, a violência, o tráfico de drogas, mas não abandonavam o seu rebanho. O futuro papa Francisco aparece neste trecho como o pastor generoso e caridoso daquele rebanho, mas também como o firme defensor dos dogmas católicos e crítico destemido do liberalismo econômico, da especulação financeira, da corrupção política e empresarial.

A dilapidação do dinheiro do povo, o liberalismo extremo mediante a tirania do mercado, a evasão fiscal, a falta de respeito à lei, a perda do sentido do trabalho são temas que o futuro papa Francisco enfrentou com firmeza, diante do amigo jornalista que não o poupa de nenhuma pergunta.

O culto ao dinheiro fácil, diz Francisco, é como se fosse uma idolatria, a homenagem a um bezerro de ouro que a Igreja precisa enfrentar, aliada aos homens de bem. O império do dinheiro, afirma ele, acaba com o trabalho, o meio pelo qual se expressa a dignidade do homem. Assim, ele fala de apostolado, da missão da Igreja desde sempre, das drogas, do trabalho missionário dos padres nas cidades e no campo – sempre, de preferência, junto aos pobres.

Homem simples, de hábitos austeros, o papa Francisco a cada dia surpreende o mundo com seu jeito de ser. O livro rápido e singelo pode ser útil para aqueles que quiserem conhecer o homem desde o início de seu apostolado, deste lado do mundo: um papa que, mesmo com os trajes de arcebispo, deixava a Cúria em Buenos Aires, tomava o metrô, depois um ônibus e caminhava firme para as favelas onde abençoava os lares e festejava um santo ou a Virgem, tomando com o povo um pouco da sopa de carne e milho que os portenhos pobres cozinham ao ar livre para si e os amigos.

O autor: Gianni Valente é jornalista da agência Fides, colaborador do site Vaticaninsider, do diário italiano La Stampa e da revista de geopolítica Limes. Trabalhou também na revista mensal 30giorni, publicada em vários idiomas, e para a qual fez as reportagens e entrevistas que deram origem à. Valente escreveu dois livros sobre Bento16: "Ratzinger professore" e "Ratzinger al Vaticano".


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Segunda Guerra Mundial e holocausto servem de inspiração para romance de Natália Lenhard



Bisneta de imigrantes alemães, Natália Lenhard lança, nesta sexta-feira (12/7), seu primeiro romance: Se um dia eu voltar, que tem o selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, pertencente ao grupo editorial Novo Século. A sessão de autógrafos será às 17h30, na Livraria Saraiva do Shopping VillageMall (Av. das Américas, 3900 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro).

A obra conta a história da jovem Karin Hemman, filha de Jacob e Hanna, um casal de fazendeiros judeus que, fugidos da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, resolvem tentar a sorte no Brasil. Mas, mesmo nascendo em um ambiente de grandes dificuldades e passando por muitas reviravoltas, ela cresce, se torna uma linda mulher, e uma famosa modelo internacional. Porém, os desafios parecem não cessar para Karin.

Um trágico naufrágio faz com que ela e um grupo de pessoas fiquem perdidos em uma ilha. Lá ela irá conviver com pessoas que serão significativas para sua vida, principalmente o homem por quem se apaixona perdidamente. E seu instinto de sobrevivência e a maneira de ver o mundo serão o grande diferencial para enfrentar mais esta importante prova de superação.

“[...] estávamos em algum lugar daquele oceano que era, a meu ver, a parte mais linda do mundo. A convivência com todas aquelas pessoas que eu mal conhecia pôde me proporcionar experiências jamais imaginadas. Não fosse a inquietação pelos que ficaram e se preocupavam conosco, éramos quase obrigados a nos sentir felizes por aquele pedaço de chão firme. E este chão, mal sabíamos, poderia se tornar o nosso lar por muito tempo. Mesmo que desejássemos voltar o mais rápido possível, tivemos que aproveitar as delícias daquele lugar e cuidar para que não destruíssemos tamanha beleza.”

Sobre a autora:
Natália Lenhard nasceu no Bom Fim – Cruzeiro do Sul-RS. É bisneta de imigrantes alemães, que chegaram ao Brasil por volta de 1847, e filha de agricultores católicos. Cursou Administração de Empresas pela Faculdade Cândido Mendes-RJ. Sempre gostou de ler e, estimulada por seu companheiro, Carlos Jaimowitz, falecido em 2004, que era descendente de judeus, decidiu aventurar-se no caminho da ficção e publica agora seu primeiro romance.



domingo, 7 de julho de 2013

Vem aí a nova obra de Juarez Santos: “O reino fantástico de Schariar – Contos”


O artista plástico, pianista, egiptólogo e escritor Juarez Santos está prestes a concluir sua mais recente obra literária: O reino fantástico de Schariar – Contos, com lançamento previsto para a XVI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que será realizada de 29 de agosto a 8 de setembro, no Riocentro. 

O livro conta a história de Schariar, uma nação pertencente ao Continente Central de um planeta situado em outra dimensão. Possui suas leis físicas próprias e, devido a inúmeros cataclismos, ocorridos quando de sua formação geográfica, sua população ainda primitiva viu-se completamente isolada das demais nações vizinhas. Desenvolveu-se, assim, inicialmente de tribos que, com o correr dos séculos, se agruparam, finalizando em constituir um Reino unificado.

Dividido em 42 Confederações, o Reino vive subordinado ao Governo Central dos sacerdotes do Templo do Silêncio Eterno, com suas leis e doutrina que em nada alenta a nação sobre questões espirituais. Seu povo, supersticioso, gentil e hospitaleiro, unido pela língua comum e sua religião, originou os mitos e lendas calcadas nos tempos remotos da formação do Reino. E são exatamente alguns desses mitos folclóricos que Juarez Santos apresentará em seu livro, sob a forma de contos do Reino Fantástico de Schariar.

Sobre sua obra, o escritor diz que tudo começou com textos soltos, livres, que foram se juntando na mente. “Este projeto surgiu de pequenas ideias, de fragmentos que comecei a escrever sem nenhum compromisso. Depois, resolvi dar maior coerência a tudo aquilo e, então, surgiu a ideia de transformar aquele material em um livro”, lembra Juarez Santos. 

Juarez Santos durante o lançamento de sua obra sobre Sandra Bréa
O reino fantástico de Schariar – Contos promete prender o leitor do início ao fim, com as histórias dos mitos e lendas do Reino de Schariar. “A Piril encantada”, “O valente”, “A Fiandeira” e “O Mercador sem filhos”, por exemplo, transportam o leitor a situações que mesclam realidade e ficção, colocando-o diretamente na história. “Neste novo livro tem de tudo. É para ser lido e refletido. O inconsciente, de certa forma, lança fragmentos de nosso mundo, como medos, filosofias e religião, que são encontrados nas páginas desta obra. Mas, é tudo pura ficção. Ou não?”, indaga o escritor, com um largo sorriso, deixando em dúvida o que vem por aí.

Um mineiro bem carioca
Natural de Minas Gerais e radicado no Rio de Janeiro desde 1957, Juarez Santos recebeu o Prêmio Claudio de Sousa – Literarte, de melhor biografia de 2012, com seu livro Sandra Brea, Estrelas Nascem Para Brilhar, lançado pela Litteris Editora. Prefaciou o livro Do Egito Antigo à Eternidade, da egiptóloga Marisa Castelo Branco, e escreveu as orelhas de Antologia da Alma, da escritora e poeta Jane Rossi.

Chanceler Honorário e Medalha Tiradentes pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (FEBACLA) e Embaixador da Paz do Cercle Universel Des Embassadeurs De La Paix France-Suisse, Juarez Santos participou de exposições de pinturas no Rio de Janeiro e ministrou cursos e palestras sobre Egiptologia em diversos estados brasileiros e no exterior.

sábado, 6 de julho de 2013

Manifestantes aproveitam a FLIP em Paraty para protestar pelas ruas da cidade



O penúltimo dia da Festa Internacional Literária de Paraty (Flip) – tradicionalmente o mais movimentado do evento - foi marcado por uma manifestação que ocupou o cais e percorreu diversas ruas da cidade até chegar à sede da Prefeitura local. Mas, não eram autores, editores ou leitores das diversas atrações que se apresentam na tradicional Festa Literária: eram barqueiros, estudantes e representantes de diversas comunidades tradicionais – quilombolas, indígenas e caiçaras.

Com cartazes, faixas, fantasias, apitos e instrumentos musicais, cerca de 100 pessoas exigiam mais segurança no cais, a preservação ambiental e a concorrência das escunas, que transportam mais passageiros e cobram preços mais baixos. Os protestantes já conseguiram a diminuição no preço da passagem de ônibus, de R$ 3,70 para R$ 3,40, mas ainda esperam chegar a uma tarifa na casa dos R$ 2.

Hoje, no entanto, a pauta era mais ampla: segurança, melhores condições de saúde e educação e maior fiscalização e reformas no cais, um dos principais pontos turísticos da cidade. O grupo protestou também contra a falta de uma biblioteca pública na cidade literária e pediu a posse de 86 professores concursados, além de melhores escolas.


Os integrantes do protesto passaram pelo Centro Histórico, fizeram um momento de silêncio com faixas pretas na boca e sentaram no chão. Depois, continuaram a caminhada, passaram pela ponte e deitaram no chão, simbolizando os 31 mortos na cidade. Depois, passaram pela Tenda dos Autores, o principal ponto de acontecimentos da Festa Literária de Paraty (FLIP), fizeram paradas na rodoviária, na Câmara dos Vereadores e foram para a Prefeitura da Cidade, onde deixaram os cartazes. Em frente ao prédio do Executivo, fizeram barulho com apitos, tambores e gritos, exigindo a presença do prefeito, que concedeu entrevista coletiva, mas se recusou a atender os manifestantes.

Confira momentos da manifestação através das fotos de Camille Rodrigues e Fábio Sousa, da Rede FPG de Comunicação.
 
























Festa Literária movimenta Paraty neste fim de semana com inúmeras atrações


Um desenho da cachorra Baleia, inesquecível personagem de 'Vidas secas', clássico do escritor Graciliano Ramos, o homenageado desta edição, estampa a Tenda dos Autores, ponto das principais atrações da 11ª Festa Internacional Literária de Paraty (Flip), que desde a última quarta-feira recebe grande público em meio a livros, palavras, escritores e afins. E o evento promete ainda mais agitação neste fim de semana, quando se encerra, com debates não somente sobre literatura, mas também sobre artes de um modo geral, como música e cinema, e outras manifestações, como arquitetura, pintura e história.
 
Tenda dos Autores em Paraty (Foto: Fábio Sousa)



 Composta de uma conferência de abertura e 20 mesas que reúnem para uma conversa informal convidados dos mais variados horizontes (escritores, cineastas, quadrinistas, historiadores, jornalistas e artistas plásticos, entre outros), a programação principal da Flip é realizada na Tenda dos Autores, que possui um auditório com 850 lugares. Todos os eventos contam com tradução simultânea e são transmitidos na Tenda do Telão, com capacidade para 1.400 pessoas, e ao vivo, pela internet.

Programação paralela e complementar à principal, a FlipMais ocorre na Casa da Cultura de Paraty e em outros locais da cidade. Definida pela curadoria da Flip, esta programação promove pré-estreias e exibições de filmes, leituras de peças teatrais, exposições e debates.

Culturas Locais e Globais (Foto: Fábio Sousa)

A programação principal prevê as seguintes atrações:

SÁBADO (6/7)
10h | mesa 11
Maus hábitos, com Nicolas Behr e Zuca Sardan, mediação de Mediação Francisco Alvim

12h | mesa 12
Encontro com Eduardo Coutinho, Mediação de Eduardo Escorel

15h | mesa 13
O espelho da história, com Aleksandar Hemon e Laurent Binet

17h15 | mesa 14
Os limites da prosa, com John Banville e Lydia Davis

19h30 | mesa 15
Da arquibancada à passeata, espetáculo e utopia, com T. J. Clark, Tales Ab’Sáber e Vladimir Safatle

21h30 | flipmais
O Povo e o poder no Brasil, com Marcos Nobre e André Lara Resende

Olhando de novo para Guernica, de Picasso (Foto: Fábio Sousa)

 DOMINGO (7/7)
11h | mesa 16
Graciliano Ramos: políticas da escrita, com Wander Melo Miranda, Lourival Holanda e Erwin Torralbo Gimenez. Mediação José Luiz Passos

13h | mesa 17
Tragédias no microscópio, com Daniel Galera e Jérôme Ferrari

15h | mesa 18
Literatura e revolução, com Tamim Al-Barghouti e Mamede Mustafa Jarouche

17h | mesa 19
A arte do ensaio, com Geoff Dyer e John Jeremiah Sullivan

18h45 | mesa 20
Livro de cabeceira: Convidados da Flip leem trechos de seus livros prediletos

Lila Azam Zanganeh (Foto: Fábio Sousa)
Graciliano Ramos é o homenageado deste ano

De professor a prefeito, de revisor a cronista, do partido à prisão: Graciliano Ramos, escritor homenageado da Flip deste ano, baseou-se principalmente em experiências pessoais para escrever seus romances. Para ele, a vivência individual esteve sempre ligada ao conjunto de circunstâncias espaço-temporais. Extremamente pessoal, sua literatura tem caráter universal.

Apesar disso, afirmou em uma carta a Raúl Navarro, seu tradutor argentino: "Os dados biográficos é que não posso arranjar, porque não tenho biografia. Nunca fui literato, até pouco tempo vivia na roça e negociava [...] que hei de fazer? Eu devia enfeitar-me com algumas mentiras, mas talvez seja melhor deixá-las para romances.

Zé Kleber, Marina de Mello e Souza e Gilberto Gil (Foto: Fábio Sousa)
 Logo na infância Graciliano manifestou talento para escrita. Em 1904, ao lado de um professor e de um primo criou o jornalzinho O Dilúculo (alvorada) no qual publicou seu primeiro texto de ficção O pequeno pedinte. Um ano depois com medo de que o filho seguisse a carreira literária seus pais, Sebastião e Maria Amélia Ramos, o mandaram para um internato, mas nem assim conseguiram inibir sua paixão. Mesmo de lá o menino conseguiu publicar alguns sonetos na revista O Malho, do Rio de Janeiro.

Mesmo tendo que ocupar os mais diferentes cargos para manter as contas em dia, Graciliano não deixou de usar sua vocação a serviço de "todos os infelizes que povoam a Terra”, como afirmou em seu discurso de 50 anos. A favor da literatura ao alcance de todos e contra ao fato dela se tornar muitas vezes um símbolo de distinção entre as classes sociais, o autor defendia que escrever poderia ser uma atividade de poucos, mas não para poucos: “A palavra não foi feita para brilhar, mas para dizer", disse certa vez.

A Flip é realizada pela Associação Casa Azul, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) criada com o objetivo de contribuir para a resolução dos problemas de infraestrutura urbana de Paraty. Além de promover a literatura, potencializa transformações na cidade nas áreas de preservação do patrimônio, educação e infraestrutura urbana e constitui um veículo poderoso de mudanças profundas no modo pelo qual a população faz uso dos espaços públicos.